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A Batalha da Rua Maria Antonia

Por Murilo Brum


Quem passa hoje pela Rua Maria Antônia, no centro de São Paulo, dificilmente imagina que, em outubro de 1968, aquele espaço virou um verdadeiro campo de batalha. Em meio à ditadura militar, estudantes da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FFCLH) da USP enfrentaram alunos do Mackenzie e grupos alinhados ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC) em um confronto que marcou a história do movimento estudantil. 


Essa noite decisiva é recriada em A Batalha da Rua Maria Antônia, que estreia nos cinemas no dia 27 de março. O filme acompanha Lilian, uma estudante de Filosofia que, até então, se mantinha distante das tensões políticas da época. Mas quando o conflito estoura, ela se vê repentinamente envolvida na violenta batalha. 


De um lado, estudantes da USP e membros do movimento estudantil organizam barricadas para resistir. Do outro, pedras, rojões e coquetéis molotov são lançados pelos mackenzistas pró ditadura. Os militares observam, sem intervir, até que a violência toma proporções irreversíveis e eles decidem invadir o prédio da USP e prender dezenas de estudantes.


Filmado em 21 planos sequência com uma super-8, ele coloca o espectador no meio da ação, capturando a tensão de cada momento. A fotografia em preto e branco reforça o peso histórico e a atmosfera de urgência, criando uma experiência imersiva e intensa.


Mais do que reconstituir um fato histórico, o longa traduz o espírito de uma geração que enfrentou a repressão em nome da democracia. Assistir ao filme é um convite para entender como a juventude daquela época resistiu. E a Rua Maria Antônia é parte viva dessa história, lembrar do que aconteceu ali é garantir que essas memórias continuem vivas para que não se repitam.


Confira o trailer



A Batalha da Rua Maria Antônia | Estreia 27 de março | Dir. Vera Egito, Brasil | 2023 | Ficção | 84 min

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