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Sol de Inverno

A neve se vai, as memórias ficam

Por Vivi Isoda


Sol de Inverno, segundo longa-metragem do diretor japonês Hiroshi Okuyama, chega na nossa estação mais quente do ano como uma brisa fresca, trazendo agradáveis sensações.

Você vai acompanhar o pequeno Takuya, de nove anos, que, diferente de seus outros colegas de classe, prefere sentir os flocos de neve pelo rosto, em vez de se preparar para a próxima jogada no treino de hóquei.


Takuya consegue mergulhar em outro tempo, quase um universo paralelo, quando fica encantado por algo, como, por exemplo, quando ele vê a bela Sakura praticando patinação artística e tenta copiar seus movimentos.


É assim que o treinador Hisashi percebe o interesse de Takuya e resolve treiná-lo. Hisashi, recém- chegado de Tóquio, é treinador de Sakura e ex-campeão de patinação artística.

Juntos, Hisashi, Takuya e Sakura iniciam uma bela amizade que rende belíssimos takes, com luzes difusas em tons pastel, em meio a camadas de neve branca. Essa atmosfera onírica vai transportar você ao universo paralelo do jovem Takuya.


E não, esse filme não vai mostrar a trajetória de um vencedor  e sua luta árdua para chegar à tão sonhada medalha de ouro. Esse filme é sobre a beleza dos encontros, do despertar do amor, e do estado do amor em suas diversas formas. E é também sobre o preconceito que ainda perdura na sociedade japonesa com suas rígidas e obsoletas regras.


Apesar da sua experiência e desejo de fazer algo sobre patinação artística,  Okuyama  só   começou a fazê-lo depois de conhecer a música Boku no Ohisama, que dá título ao filme em sua língua original. A canção é da dupla folk japonesa Humbert Humbert, que também assina a trilha sonora do filme. Mas o longa não é autobiográfico por mais que diretor e protagonista possuam pontos em comum. Okuyama também estudou patinação quando era criança. “Estava apenas seguindo minha irmã mais velha, que tentava se tornar uma atleta”, afirmou. “Lembro-me de ver garotas que eram brilhantes patinando e pensar que gostaria de dançar como elas. Igualzinho ao Takuya”. E ele também possuía um tique que o fazia limpar sua garganta a todo momento e sofreu na infância com isso. “Naquela época, tudo o que eu queria era que me deixassem em paz, em vez de ficarem me imitando ou me dando apelidos estranhos”, lembrou. “(Por isso) Queria que Takuya tivesse um melhor amigo que nunca mencionasse sua gagueira, nem a tornasse uma questão”.


Com apenas 28 anos, o diretor conquistou Cannes na Mostra Un Certain Regard com esta bela história sobre crescimento e encontros que podem ser decisivos para as nossas vidas.


Confira o trailer




Sol de Inverno | Estreia 16.01.2025 | Dir. Hiroshi Okuyama | Japão/França | Drama | 112 min.

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